File:IMÓVEL ONDE RESIDIU ANAYDE DE AZEVEDO BEIRIZ.jpg
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Português: O Imóvel onde residiu Anayde de Azevedo Beiriz, em João Pessoa, foi tombado pelo IPHAEP por sua importância histórica para o Estado da Paraíba.
IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba Nome Atribuído: Imóvel onde residiu Anayde de Azevedo Beiriz Localização: R. Santo Elias, n° 176 – Centro – João Pessoa-PB Decreto de Tombamento: Decreto n° 23.552, de 07/11/2002 Publicação no Diário Oficial: D.O. 08/11/2002 A professora e escritora Anayde de Azevedo Beiriz (Parahyba do Norte, 18 de fevereiro de 1905 — Recife, 22 de outubro de 1930) diplomou-se pela Escola Normal em 1922, com apenas 17 anos, destacando-se como primeira aluna da turma. Logo que se formou, conseguiu um emprego e passou a ensinar na Escola da Colônia de Pescadores Z-2, em Cabedelo. Apesar de ter uma origem modesta, sendo filha da sertaneja Maria Augusta e José Costa Beiriz – um gráfico do jornal “A União”, as amizades construídas na Escola Normal, aliadas ao cultivo das letras, permitiram-lhe frequentar rodas da sociedade, comparecendo às tertúlias e saraus denominados “lítero-dançantes”, realizados periodicamente em residências das personalidades da época. Em 1925, foi a vencedora de um concurso de beleza promovido pelo Correio da Manhã. Chamava a atenção os seus olhos de cor negra, que lhe valeram o apelido, em seu círculo de amizades, de “a pantera dos olhos dormentes”, além disso, foi uma das integrantes do grupo literário paraibano de influências modernistas, conhecidos como Os Novos, sendo entre eles a única mulher. Para a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época, particularmente na Paraíba, Anayde não era uma mulher bem vista por causa das ideias progressistas que alimentava: como poetisa, participava ativamente do movimento intelectual, envolvida em acontecimentos artísticos e frequentando saraus literários, vale ressaltar que nesse período o modernismo crescia e multiplicava-se pelo país e a sociedade paraibana vivenciava esse cenário de transformações sociais e culturais; como cidadã, defendia a participação das mulheres na política, em uma época em que sequer podiam votar. Anayde ousava em sua aparência, vestindo roupas decotadas, usando rouge e batom, saindo à rua desacompanhada e apresentando um corte de cabelo “à la garçonne”, o qual é visto como o símbolo desse tempo moderno, diz-se que a mesma lançou moda, rompendo as barreiras impostas ao sexo feminino na década de 1920, sendo até mesmo considerada como percursora do movimento feminista no Brasil na Primeira República. Foi jornalista colaboradora da “Revista da Cidade”, no Recife, publicou alguns de seus escritos na revista “Era Nova”, editada na Parahyba por Severino de Lucena, e na “Revista da Semana”, a primeira na imprensa alternativa paraibana e identificada com o movimento modernista. Todavia, foram os seus relacionamentos amorosos, que lhe garantiram a vigilância do seu corpo perante o seu meio social. Adquiriu uma maior visibilidade na História da Paraíba, devido as tramas políticas e morais que culminaram com o evento conhecido como “Revolução de 1930”, sua imagem encontra-se vinculada a do seu namorado João Dantas, advogado e jornalista que assassinou o presidente do Estado – João Pessoa, em 1930. Todavia, em 2005, no centenário de seu nascimento, uma série de homenagens foram feitas, entre as quais, destacando-se o lançamento do livro “Anayde Beiriz: panthera dos olhos dormentes”, esse material até então era inédito, é composto por sessenta cartas trocadas entre ela e um namorado anterior a Dantas, Heriberto Paiva, estudante de medicina, que residia no Rio de Janeiro. Tal correspondência, transcrita por ela numa espécie de diário daquele romance à distância entre agosto de 1924 até setembro de 1926, intituladas como “Cartas do Meu Grande Amor”; foram guardadas por sua família e, por ocasião dessa data, foram publicadas e organizadas pelo médico e escritor Marcus Aranha. Fonte: Marcilene Pereira Barbosa.
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